segunda-feira, 11 de março de 2013

Obscuro



Sente minha respiração quente em seu pescoço? Meu sangue pulsa quando sinto teu cheiro, meu coração acelera quando você passa, meu peito arde como se estivesse em chamas quando você toca. Você sabe o que é isso? Meu corpo vibra ao sentir suas entranhas quentes, minha pele se arrepia quando toca seus pelos. Você sente isso? Não, claro que não. Há muitas coisas que nos difere. Prefiro me afastar, a te ver sofrer, ou até mesmo te ferir. Prefiro a morte a te matar. Há muitos absurdos ao meu respeito que você nem sonha, nem mesmo em seus piores pesadelos.

Quero sentir em meus lábios seus líquidos corpóreos, arrancar seus órgãos e guardá-los onde serei o único que possa admirá-los. Você sabe o que tenho? Desejo. Desejo de rasgar as falsas verdades, de vislumbrá-la crua e nua. Toda e completamente crua. Sem medo, sem medo do que posso fazer com você, sem o medo em seus olhos quando arrancar-lhe seu ultimo suspiro.

Paro, seguro toda essa escuridão em mim, mas escuto o vento mexendo em seus cabelos, seus passos macios e rápidos no orvalho do alvorecer. Sinto inveja das gotas que tocam sua pele sem feri-la e vergonha de saber que as lagrimas que escorrem nesse momento são por minha causa.

Paro. Não quero. Não posso. Não devo. Mas eu desejo é arrastar seu corpo até meu esconderijo, onde o sol não bate e existe apenas meu eu obscuro. Corro. Corro para de pegar, quero beber-te até a ultima gota, quero comer-te até não ter mais o que e no final ainda me lamberei pra sentir o seu sabor junto com o meu. Mas eu paro. Paro por você, não por mim. Paro e finjo que nada aconteceu, que esse não sou eu e que esse desejo vai passar. Você vai continuar ai, intocada, sem saber nada do que passa comigo.

Se eu falasse todos os absurdos que passam na minha mente. Se eu escrevesse todas as dores que sinto. Se seu deixasse o meu lado 'fera' aparecer. Se eu visse tudo o que eu quero ver e você não pode. Se eu fosse quem eu quero ser, você não iria querer estar com o que eu quero me tornar!

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